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terça-feira, 23 de outubro de 2012

A centralização das monarquias lusitana e espanhola

 

Introdução

Durante a Baixa Idade iniciou-se a centralização do poder nas mãos dos reis, transformando gradativamente a monarquia feudal em uma monarquia nacional, baseada em um monarca forte. A crise no sistema feudal, agravada pelas revoltas camponesas dada a pressão dos senhores sobre a classe camponesa, enfraqueceu a nobreza. A saída para a última foi unir-se ao rei que configurou-se como o mediador de tal conflito.

Da mesma forma que a nobreza aliou-se ao rei, o mesmo ocorreu com a burguesia. A centralização advinda do poder monárquico acelerou para a burguesia a acumulação de riqueza e capital, garantido a segurança pela força militar e um mercado consumidor. Além disso, a burguesia viu-se fortalecida pelo rei enquanto este concedia-lhes empréstimos, hipotecas dos domínios reais, arrendamento de impostos, concessão de monopólios, entre outras facilidades.

Desta maneira, percebe-se que tanto burguesia, quanto nobreza possuíam largos interesses na centralização do poder na figura do rei, ainda que muitas vezes suas preocupações fossem diametralmente opostas. A realidade, porém, é que ambos reforçavam a figura real e apoiavam-se nesta simultaneamente.

No caso da Península Ibérica, mais especificamente, Portugal e Espanha a formação dos Estados Modernos ganhou peculiaridades e uma caracterização mais específica. Esta singularidade em muito se deve à Guerra da Reconquista e até mesmo a próprios conflitos e disputas pelo poder na região.

A Guerra da Reconquista e a formação das monarquias lusitana e espanhola

Durante a Idade Média, a Península Ibérica estava dividida em pequenos feudos independentes e reinos dominados pelos visigodos. Uma disputa gerada pelo processo de sucessão entre visigodos, fez com que os descontentes solicitassem o auxílio dos povos islamitas. Desta forma, os muçulmanos, liderados por Tarik ibn-Ziyad, invadem a Península Ibérica, oriundos do norte da África, no ano de 711.

A conquista muçulmana não se resumiu somente à tomada de Toledo, já que progressivamente foram ampliando seus limites territoriais, culturais e religiosos. Os cristãos, numerosos na região, viram-se obrigados à convivência com além dos islamitas, com os cristãos arabizados, os judeus e moçárabes.

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1. D. Afonso Henriques

Segundo Antonio Gasparetto Júnior, ainda que existissem ofensivas cristãs e tentativas de retomar o domínio da região, o processo perdurou por toda a Baixa Idade Média. Dividida em três fases, a ação de expulsar aos muçulmanos, somente concretizou-se em 1492. O resultado da longa Guerra da Reconquista foi a criação dos reinos de Castela, Aragão, Navarra e Leão.

Portugal era um reino modesto, localizado entre os reinos de Castela, Aragão e com os árabes em boa parte de seu território. Apesar de o Condado Portucalense ter sido entregue nas mãos do francês Henrique Borgonha como espólio de guerra, como pagamento pelo auxílio no combate aos muçulmanos, a centralização do Estado português só se iniciou efetivamente com Afonso Henriques, consolidando-se com seus sucessores.

O processo da formação de Portugal iniciado passou por tempos difíceis, pontuado pelos conflitos entre o clero, nobreza e a nascente burguesia. Posterior à tomada do Reino de Algarve por D. Afonso III, coube a D. Diniz as transformações que determinaram o surgimento de Portugal. Com a morte de D. Fernando I, último rei da dinastia Borgonha, surge uma disputa para a sucessão real entre João I, rei de Castela – apoiado pelos fidalgos - e o Mestre de Avis – apoiado pela burguesia. Esta temia a anexação à Castela, dada sua política de características feudais.

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2. Fernando de Aragão e Isabel de Castela

O Mestre de Avis, proclamado posteriormente como João I, tendo vencido seus opositores, centralizou o poder monárquico, unindo em seu entorno, a burguesia e mesmo a nobreza.Quanto à Espanha, desde o evento em que supostamente encontraram-se os restos mortais de São Tiago e surgem numerosos cristãos pelo caminho até Compostela, inicia-se o processo que culminaria com a expulsão final dos muçulmanos da Península Ibérica. Os reinos cristãos de Aragão, Castela, Leão e Navarra surgem na mesma medida em que os muçulmanos eram combatidos, sendo que os dois primeiros assimilam posteriormente os demais.

A formação da Espanha, todavia, só se concretiza com o casamento, em 1469, de Isabel de Castela e Fernando de Aragão. A Espanha, desta maneira, estava agregada politicamente e, por outro lado, também os muçulmanos neste período, encontravam-se concentrados apenas na região de Granada. Os islamitas foram finalmente expulsos do Reino de Granada em 1492, sob o governo destes monarcas.

A base econômica de ambos reinos, do qual os monarcas Fernando e Isabel eram oriundos, era bastante sólida e, resultando da unificação destes, surge a grande potência mundial da época, a Espanha.

E-Referências

A conquista muçulmana da Península Ibérica

Disponível em:

http://www.infoescola.com/historia/a-conquista-muculmana-da-peninsula-iberica/

Acesso em: 03.Mai.2011.

A Formação dos Estados ibéricos

Disponível em:

http://www.mundoeducacao.com.br/historiageral/a-formacao-dos-estados-ibericos.htm

Acesso em: 03.Mai.2011.

A Guerra da Reconquista

Disponível em:

http://blog.educacional.com.br/procarulla/2010/03/25/guerra-da-reconquista/

Acesso em: 03.Mai.2011.

Imagens

1.D. Afonso Henriques.

Disponível em:

http://n.i.uol.com.br/licaodecasa/ensmedio/historiageral/d-afonso1.jpg

Acesso em: 03.Mai.2011.

2. Fernando de Aragão e Isabel de Castela

Disponível em:

http://4.bp.blogspot.com/_eio_3mWnqdU/TSCZGWuYRiI/AAAAAAAAB2U/lTToLXDCCYQ/s1600/FERNANDO%2BE%2BISABEL.jpg

Acesso em: 03.Mai.2011.

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