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terça-feira, 23 de outubro de 2012

Museu de Santo André Dr. Octaviano Armando Gaiarsa

 

Breve História de Santo André

clip_image006Fundada em 8 de Abril de 1553, a pedido de João Ramalho, a Vila de Santo André da Borda do Campo, é mais antiga que a de São Paulo de Piratininga. Ganhou grande desenvolvimento dado ser ponto estratégico na passagem entre o interior e o litoral, especialmente impulsionado pela busca de metais.

As dificuldades de proteção, bem como de subsistência fizeram com que a Vila de Santo André fosse transferida para São Paulo de Piratininga em 1560, deixando de existir como unidade administrativa. Tornou-se pois apenas um ponto de passagem até que Amador de Medeiros recebeu as terras como sesmaria, em 1561. As mesmas terras, foram repassadas à Ordem de São Bento em 1637, formando assim a Fazenda São Bernardo, que compreende boa parte da atual São Bernardo do Campo. Outra área de importância, foram as terras doadas pelo Capitão Duarte Machado e sua esposa Joana Sobrinha, em 1631 aos mesmos beneditinos, que formaram a Fazenda São Caetano (atual São Caetano do Sul).

Sendo assim, as duas fazendas, produtoras de gêneros alimentícios e cerâmica e tijolos, permaneceram sob propriedade da Ordem de São Bento até 1870, quando foram compradas pelo Estado com a finalidade de se estabelecerem colônias de imigrantes. Também é importante se ressaltar um fator de grande relevância na modernização da região – a implantação, às margens do Tamanduateí, da estrada de ferro, que passou a atrair indústrias, pela facilidade de transporte, bem como pelos incentivos fiscais oferecidos.

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Estação Ferroviária de São Bernardo, atual Santo André.

Disponível em: http://www.santoandre.sp.gov.br/bn_conteudo.asp?cod=1501.

Acesso em: 23/03/2010. 13:26h.

Em 1889, criou-se o município de São Bernardo, caracterizado pela grande industrialização, bem como, pela utilização de mão de obra imigrante. Paralelamente a industria crescente, criaram-se perifericamente outros tipos de comércio e manufaturas, tais como: carpintarias, alfaiatarias, barbearias, pensões e etc. Neste ambiente, em 1910, ressurge Santo André como um distrito.

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Rua Cel. Oliveira Lima – uma das principais ruas de Santo André. 1889-2008.

Disponível em: http://www.santoandre.sp.gov.br/bn_conteudo.asp?cod=1501.

Acesso em: 23/03/2010. 13:31h.

Disponível em: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1053577&page=2

Acesso em: 23/03/2010. 13:35h.

Na década de 1930, com a vinda de várias indústrias para Santo André, especialmente citada a Companhia Chimica Rhodia S/A e a Companhia Brasileira de Seda Rhodiaseta, além da importância ganha pela estação ferroviária, o então distrito ganha a condição de sede, englobando os demais municípios do atual ABC. E, somente a partir de meados dos anos 1940, as demais cidades emanciparam-se, ganhando status de municípios. Santo André, então, passou a contar com a Sede, Capuava e Paranapiacaba.

A partir dos anos 1950 até os anos 1970, houve um desenvolvimento vertiginoso da cidade, em vários âmbitos, entrando em declínio nas décadas posteriores. Outro fator de destaque para a cidade de Santo André foi o esporte na cidade, possuindo como representantes o voleibol (especialmente com o despontar do Clube Atlético Pirelli, na década de 1980); o basquete do Esporte Clube Santo André, da jogadora da seleção Janete; o futebol do Esporte Clube Santo André, entre outros.

História do Museu de Santo André

O Museu de Santo André está instalado em um prédio de grande significado para a cidade, bem como para o ABC Paulista. Foi este o primeiro grupo escolar da região, instalado em 03 de Abril de1914, na região central de Santo André.

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Alunos do Grupo Escolar São Bernardo. 1917. Acervo da Biblioteca Municipal Nair Lacerda. Santo André. S.P.

O inicialmente chamado Grupo Escolar São Bernardo ganhou uma construção de tipologia Mogy-Guassu, com um pavimento apenas, um pátio interno e a construção centralizada no terreno. O formato da edificação, assim como várias residências do século 19, possui o formato de “U”, com varanda e coberturas apoiadas em colunas de ferro ou madeira e arrematadas por lambrequins de madeira rendilhada. As salas, inicialmente somavam um total de oito, sendo, na década de 1920, ampliadas para o núemro de dez. Além destas, havia a sala do diretor, duas salas para os professores e dois sanitários – feminino e masculino. A autoria do projeto foi de José Van Humbeeck e a fachada foi idealizada por G.B. Maroni.

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Grupo Escolar São Bernardo. 1917.

Disponível em: http://www.santoandre.sp.gov.br/bn_conteudo.asp?cod=6357

Acesso em: 23/03/2010. 16:40h.

Em 1938, a escola passou a denominar-se Grupo Escolar Santo André e posteriormente, em 1944, Grupo Escolar José Augusto de Azevedo Antunes. Na década de 1970, sob o regime de permuta, um prédio novo foi construído e a escola transferida.

Após a mudança do grupo escolar, ficou instalada a PROSSAN – Serviço de Promoção Social de Santo André, tendo sido também transferida e no ano de 1990, passou a dar lugar ao Museu de Santo André.

Na verdade, a idéia do museu, apenas concretizada nos anos 1990, já era antiga, datada da ocasião do IV Centenário da cidade, em 1954. Pela iniciativa de Nair Lacerda, em 1964, antiga Diretora de Cultura de Santo André, documentos e arquivos importantes, bem como algumas peças começaram a ser coletadas e devidamente preservadas. Estes fazem parte até hoje do acervo do Museu de Santo André.

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Esquina da Rua Coronel de Oliveira com General Glicério. Foto: Carlos Haukal. Original: Dalvira Ribeiro Cangussú. Acervo: Museu de Santo André. Disponível em: http://www.rumoatolerancia.fflch.usp.br/directory/E/Educação?page=3

Acesso em: 25/03/2010. 14:23h.

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O Dr. Octaviano Antonio Gaiarsa foi aluno do Grupo Escolar São Bernardo, tendo sido vereador de 1948 a 1951 e funcionário da Prefeitura Municipal de Santo André, na área de Saúde e Assistência Social. Durante este período, organizou o guia de ruas da cidade, bem como é o autor da bandeira e brasão de Santo André.

Teve seu livro “Santo André, a cidade que dormiu três séculospublicado em 1962 e re-publicado com reformulações em 1992, sob o título de “Santo André, ontem, hoje e amanhã. Neste mesmo ano, fez a doação de um acervo particular de duas mil fotos e itens diversos que somam mais de três mil peças ao Museu de Santo André.

O ativo participante de todas atividades culturais de Santo André faleceu em 2005, aos 93 anos de idade.

Em 2006, o museu passou a chamar-se Museu de Santo André Dr. Octaviano Armando Gaiarsa, uma homenagem à figura eminente da cidade que foi um dos maiores defensores da preservação da memória de Santo André.

O prédio do Museu de Santo André possui dois níveis de proteção: Estadual (CONDEPHAAT, 2002) e Municipal (COMDEPHAAPASA, 1992). Resolução nº 1253. Processo 24.929/86.

Os motivos do tombamento da edificação classificam-se em duas instâncias:

· Municipal: Pelo valor histórico desta edificação, enquanto primeira escola da região do ABC e conseqüentemente, identidade da própria cidade.

· Estadual: Pelo valor da edificação enquanto pertencente aos princípios arquitetônicos do Tipo Mogy-Guassu, bastante evidenciados na Velha República, fazendo parte das 170 escolas construídas entre 1890 e 1920 pelo Governo do Estado de São Paulo.

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Algumas das escolas no Tipo Mogy-Guassu. Primeira: Grupo Escolar de Tambaú. Segunda: Grupo Escolar de Igarapava. Terceira: Grupo Escolar de Cajuru. Quarta: Grupo Escolar de São Bento do Sapucaí. Todas estas foram projetadas por José Van Humbeeck, assim como o Grupo Escolar São Bernardo.

Disponível em: http://www.crmariocovas.sp.gov.br/neh.php?t=011di. Acesso em: 25/03/2010. 14:52h.

Endereço do Museu de Santo André “Dr. Octaviano Armando Gaiarsa”: Rua Senador Fláquer, 470 – Centro – Santo André.

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Museu de Santo André Dr. Octaviano Armando Gaiarsa.

Disponível em: http://www.santoandre.sp.gov.br/bn_conteudo.asp?cod=526

Acesso em: 23/03/2010. 16:44h.

( Adaptado do site da P.M.S.A.

Disponível em: http://www.santoandre.sp.gov.br/bn_conteudo.asp?cod=1505.

Acesso em 23/03/2010. 15:59h.)

O Acervo do Museu de Santo André

O acervo do museu compreende peças que são datadas desde o final do século 19 até os dias de hoje e vão desde fotografias, livros, jornais, instrumentos e apetrechos de trabalho, troféus, indumentárias e uniformes a objetos pessoais e outros. É composto por aproximadamente 43.000 itens que são expostos de acordo com os temas pertinentes e de acordo com as normas de preservação, protegendo-os periodicamente da ação do tempo e ambiente, conservando-os em local apropriado.

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Fotos de exposição do Museu de Santo André.

Primeira foto - Residência de trabalhadores da São Paulo Railway no 4 º patamar, da Serra Nova Paranapiacaba, 1922. Coleção: Aristides de Oliveira. Acervo: Museu de Santo André.

Segunda foto - Estação de São Bernardo, 1867, depois Estação de Santo André. Original: Rede Ferroviária Federal. Acervo: Museu de Santo André.

Disponível em: http://www.rumoatolerancia.fflch.usp.br/directory/E/Educação?page=3

Acesso em: 25/03/2010. 14:13h.

A iniciativa da instituição é coletar materiais que estejam ligados de alguma forma com a história de Santo André, não importando se são antigos ou não. O objetivo é delinear um panorama de tudo o que realmente representa a cidade de Santo André, inspirando noções de cidadania e a importância de preservação do acervo e patrimônio.

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Fotos de exposições do Museu de Santo André.

Disponível em: http://www.santoandre.sp.gov.br/bn_conteudo.asp?cod=6359

Acesso em: 23/03/2010. 16:13h.

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